0 comments | sexta-feira, março 30, 2007



Com a foto que a FdV orgulhosamente reproduz, o João Paulo Coutinho - camarada das lides do JN - venceu a categoria "Natureza" do 7.º Prémio Fotojornalismo Visão/Banco Espírito Santo, o mais importante concurso português consagrado a esta vertente da informação. No cinzeiro em que o Gerês ficou transformado, um garrano não se resigna e caminha rumo à verde sobrevivência. Esta mais do que merecida distinção não é um ponto de chegada, mas um marco de passagem na caminhada do João Paulo, que assim prova que de máquina em riste não se baixam os braços. E que vale a pena.


O Coutinho tem um blogue, que sai pouco da cepa torta, mas podem apreciar aqui melhor o trabalho dele.

0 comments | quinta-feira, março 29, 2007

Verde?!... A que propósito?...


(futuramente, mais novidades)

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Foto de POS
Boa Nova, Leça da Palmeira


Mais económico e igualmente terapêutico, o meu conceito de spa passa, essencialmente, pela observação da água, quando enforma mar ou rio. Pouco original, admito, mas é um meio eficiente de abraçar a paz, de serenar as tormentas que nos habitam. Há dias, o passeio clínico foi à praia da Boa Nova, em Leça da Palmeira. Eu, o mar, o vento, mais ninguém, excepção feita a um pescador camuflado lá em baixo, nos rochedos. Até que este rapaz de quatro patas decidiu que eu não devia estar sozinho e, enquanto por lá andei, fotografando ou simplesmente contemplando, não deixou de me acompanhar, umas vezes mais perto, outras guardando alguma distância. Durante não mais do que um quarto de hora andámos por ali. Companheiros, amparados no abraço da presença, alicerçados na noção do outro.

0 comments | quarta-feira, março 28, 2007

Escrever nunca é a justa medida do sentir. As palavras são escolhidas, medidas, sofridas mas pensadas. Nada como o vórtice por onde a alma rodopia arrastando as entranhas, turvando o olhar e esquartejando a percepção do mundo. Da vida. Frases não passam de avatares da dor ou da alegria. Quando uma ou outra são demasiado intensas, percebemos que a linguagem não é mais do que fraca aproximação, engano em que mergulham desenganos, ilusão em que os desiludidos buscam alívio. Escrever não é terapia, apenas sintoma. Apenas febre. Apenas ferida. Máscara apenas.

0 comments | segunda-feira, março 26, 2007

Foto de POS
Boa Nova, Leça da Palmeira


Um esboço incompleto da memória.

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Foto de POS
Rua das Virtudes, Porto


Vinha decidido a escrever largamente sobre a vitória de Salazar no nefasto jogo dos Grandes Portugueses. Muito do que há a dizer já ficou aqui dito ontem à tarde, mas queria responsabilizar a gestão mercantilista da RTP uma vez mais, dissertar sobre o papel das televisões no embrutecimento das pessoas, debater o voto militante e explicar como é estúpido usar um voto destes em protesto contra a crise que todos (quase todos) vivemos... Queria enfurecer-me, dizer que este país é uma merda, gritar a revolta... Mas, nos dias que não correm, estou sem cabeça para isso, para nada... Se o blogue é feito de estados de espírito, não vou dissertar longamente sobre vómitos televisivos e sociológicos. Há coisas mais importantes e mais dolorosas no mundo, não estou para me martirizar com um produto comercial da televisão. Que se lixe o Salazar e este Portugal. Talvez isto passe, talvez não, talvez não. Preciso de ar e de céu e de sol. Deve ser por isso que está a chover.

1 comments | domingo, março 25, 2007

Se mais fosse preciso, o suspense com que chega ao fim essa pessegada dos Grandes Portugueses, em torno da votação em Oliveira Salazar, chega para demonstrar o péssimo serviço público que está a ser prestado pela RTP, no momento em que anda mergulhada num exagero de auto-elogio a propósito do 50.º aniversário. Verdadeira ou não, legítima ou mera desinformação posta a circular como estratégia de marketing, a pseudopopularidade de Salazar pode encerrar múltiplos perigos, que se centram num simples conceito: num país onde impera a desistência a e a dormência do pensamento, mergulhado numa crise que faz a maioria da população apertar o cinto e pô-lo ao pescoço, é demasiado fácil o enraizamento de sonhos messiânicos, em torno de salvadores paternalistas que reponham/imponham a ordem e o pátrio fervor montado nas caravelas. Nem para ensinar o concurso serviu, já que os documentários foram fracotes, atendendo à matriz panegírica a que todos tinham de obedecer, e os debates foram condicionados, de forma a tirar impacto às poucas vozes críticas (seriamente críticas) que escaparam ao crivo dos produtores (o tratamento dado a Luís Reis Torgal foi sintomático). Escolher o "Grande Português", para qualquer pessoa que se interesse minimamente pelas coisas da história, é um absoluto disparate. Como jogo, é admissível, e, em verdade, não passa de um jogo. O problema está na circunstância de as pessoas não o entenderem como tal, ou não fosse este um país em que um outro jogo, o futebol, é o maior dos desígnios nacionais.

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Acordei com Brel na cabeça, sei lá porquê. Aqui fica.

0 comments | sábado, março 24, 2007

Foto de POS
Rua das Taipas, Porto


Onde o sol brilha está o calor, e o sol vai estar mais visível a partir de amanhã.

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Como prometido, Yusuf Islam a cantar "Peace train". Hesitei entre uma outra versão mais surpreendente, também do ano passado, e esta interpretação, em Oslo, no espectáculo dado a propósito da atribuição do Prémio Nobel da Paz a Muhammad Yunus, cujo significado é bem mais intenso.


Cat

0 comments | sexta-feira, março 23, 2007

Estivesse eu dentro das cabeças dos que lêem este blogue, muito saberia. Mas não estou. Há dias, pus aqui um vídeo de Cat Stevens, cantando "Father and son", o que, a um moço da minha idade, pelo menos a mim, proporciona uma alegria muito especial. Seja como for, como isto é de mim para quem lê e não em nome desses que possam ler, aqui o trago novamente. Ainda Cat Stevens, em 1976, cantando "Peace train". Em 1978, já convertido ao Islão, Cat, originalmente chamado Steven Georgiou, passou a dar pelo nome de Yusuf Islam. Em 1979, retirou-se, tendo apenas voltado à cena musical no ano passado. Aqui o trarei de novo, proximamente, com uma nova versão deste tema que faz a apologia da paz. Quando muçulmano recente, a voracidade dos tablóides britânicos pô-lo a desejar a morte de Salman Rushdie, algo totalmente diferente do que ele tinha dito e do que lhe havia sido perguntado, mas esses rótulos são difíceis de apagar. A verdade é que Cat Stevens, ou Steven Georgiou ou Yusuf Islam nunca demonstrou ser outra coisa que não um homem bom, pela música ou fora dela. Consagrado à fé desde que um dia se salvou de morrer afogado, na Califórnia, foi no Islão que encontrou a estação de chegada para o comboio da paz. Aquando dos atentados de 11 de Setembro de 2001, revelando-se "horrorizado", sustentou: "Nenhum seguidor do Islão com a cabeça no sítio poderá ter levado a cabo tal acção: o Alcorão faz equivaler o assassínio de uma pessoa inocente ao assassínio de toda a humanidade". Agnóstico carregado de dúvidas, sou tentado a simpatizar mais com os que vivem realmente a fé, pelo bem, do que com os que, confundindo Islão com islamismo (o Islão político, extremista, fundamentalista e tantas vezes assassino), arvoram sempre pretensa superioridade ética e civilizacional. Mas o que interessa mesmo é ouvir o Cat Stevens.


0 comments | quinta-feira, março 22, 2007

Foto de POS
Calçada das Virtudes, Porto


Incompetência do IPPAR e da CMP fazem com que se eternize a situação aqui denunciada em Dezembro de 2005. O primeiro desses organismos porque nada faz para recuperar um monumento nacional vandalizado. O segundo porque, em matéria de estacionamento, apenas se preocupa em ter por aí fiscais na caça à multa. Se a Fonte das Virtudes (ou chafariz, mas compreendam que eu use "fonte"...) está enlatada, e assim a encontram todos os que a vêem referenciada em guias turísticos ou inventários de património, que se lixe.

2 comments | quarta-feira, março 21, 2007

Uma mulher morreu, no concelho de Sintra, ao ser atacada por quatro cães, ao que consta arraçados de Rottweiler. De novo o debate, de novo a inevitável superficialidade. Fala-se em cães potencialmente perigosos, mostram-se, reproduz-se a legislação patética que temos, patética porque tão inócua como o debate. Os canídeos em causa - quatro, que interagem como matilha - tinham escapado de casa do dono. Fala-se da obrigatoriedade de registar os cães como potencialmente perigosos, das condições de que o proprietário tem de fazer prova e por aí fora. Mas ninguém questiona por que motivo o dono dos cães (condição que implica um elevado grau de responsabilidade) não é alvo de investigação por eventual crime de homicídio. Os cães serão abatidos (seja) e isso chega para satisfazer a nossa sociedade. Condena-se a natureza de uns, ignora-se a eventual estupidez de outros. Quando a estupidez de alguém, no caso, é a provável causa de uma vida humana desperdiçada.

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... o início da Primavera,...

Foto de POS


... o Dia Mundial da Floresta...


Foto de POS


... e o Dia Mundial da Poesia.


Ámen


No circo cheio de luz
Há tanto que ver!...


“Senhores!”
- Grita o palhaço da entrada,
Todo listrado de cores –
“Entrai, que não custa nada!
“À saída é que se paga...”


(E eu sou aquele palhaço
Com listras!, e estardalhaço,
Chamando público...)


Na arena,
Está toda a companhia.
E o público contracena
Com a arena,
Como a arena com o público,
Agonias de alegria...


Uma bailarina dança.
A bailarina que dança
Já correu França e Aragança
Dançando do mesmo modo
Com todo o seu corpo todo.


Mas sempre, de cada vez,
Seus pés,
Seus voláteis pés,
Tiveram diverso modo
De raptar da mesma forma
Seu corpo todo!


Os seus movimentos de hoje
São, talvez, iguais aos de ontem,
Aos olhos de quem não vê
Que o gesto feito uma vez
Já se não faz como fez.


Ai!, a vida!
E eu que ouvi que a vida é um dia!
Mas acaba e principia
A cada instante do dia...


(E eu também sou bailarino:
Também danço!;
Também não tenho descanso;
Também cá vivo fingindo
Que só vivo repetindo,
Muito embora
Saiba como a toda a hora
Vario e crio,
Ruo e fluo,
Como um rio...)


Na plateia, um homem bêbado
Tem olhos vítreos do vinho.
Seus olhos vítreos
Pegaram-se às pernas ágeis
Da bailarina.
Seu olhar que foi subindo
A foi despindo...
E ali na cara de todos
Aquele bêbado a goza,
Gemendo, arquejando, rindo...


... De tal modo,
Que, súbito, o circo todo
É um grande leito em festa, a receber
O espasmo daquele homem
Que possui essa mulher.


Que mentira e que verdade
Que é a vida!


(E eu sou, também, esse bêbado
Que à força de desejar
Transformou em realidade
O seu desejo.
Na verdade...,
Sim, na verdade, não vejo
Porque me não enganar...)

O acrobata, que belo,
Cinturado de amarelo!
Que belo
Ser acrobata!
Seu corpo é de oiro e de prata,
Com fogo e gelo a correr...
Pendurado do trapézio,
Crucificado no ar,
Causa angústia e faz prazer
Ver esse corpo bailar,
Voar
Entre a vida e a morte...


E é belo ser assim forte,
Ficando assim delicado.


Ora esse alado elegante
Que sorri com tal desplante
Tem, no entanto,
Há já tanto!,
Uma loucura com ele
Que o impele:
Quer subir
Até onde puder ir;
Mais e mais!
Seus belos saltos mortais
Desenham cada vez mais
Voos cada vez mais trágicos.
Até que ele há-de chegar
À tristíssima vitória
De não ter mais que avançar.


Então...,
Ele há-de, ainda, sorrir.
Ora verão!
E há-de deixar-se cair.


E há-de deixar-se cair,
Do sétimo céu ao chão.


Ai!, a vida!
Poema da Tentação...


(E eu sou aquele acrobata:
Não subi nem me exibi;
Não me tapei de amarelo,
Nem meu corpo é de oiro e prata,
Nem eu sou belo...
Tenho dó de não ser belo!
Mas sou aquele acrobata.)


Ri, palhaço!


O palhaço entrou em cena,
Ri, cabriola, rebola,
Pega fogo à multidão.


Ri, palhaço!


Corpo de borracha e aço,
Rebola como uma bola,
Tem dentro não sei que mola
Que pincha, emperra, uiva, guincha,
Zune, faz rir!


Ri, palhaço!


Ri..., ri de ti para os outros,
Ri dos outros para ti,
Ri de ti para ti... ri!,
Ri dos outros para os outros...,
Ri, arre!, ri, irra!, ri!


Não!, que não!, que eu não lamente
Quem então, mesmo que o tente,
Não deixa de se exprimir
Tão brutalmente.


Palhaço, ri!
Eu não sei ter dó de ti:
Por miserável que seja,
Não se tem dó do que é belo.


(... Porque,
Será preciso dizê-lo?,
Também sou esse palhaço
Feito de borracha
E aço...)


Ai!, a vida!
Que trambolhões na subida,
Que ascensões pela descida...!


Entre os mil espectadores,
Encolhido,
Pequenino,
- Meu menino, ino, ino... –
Sim, fixo aquele menino.


Seus olhos, duas estrelas,
Acesinhos como velas
E maiores
Que os dos mais espectadores,
São de Menino Jesus
Que dá lição aos doutores.


Esses olhos fazem luz
Sobre todo o circo... São
Duas varas de condão.


Eis como, à luz que eles dão,
Tudo, em redor, se enriquece
De outra significação:


Que linda história de fadas
Se não vai desenrolando!,
Com princesas encantadas
Desencantadas,
E jovens reis escalando
Que muralhas invencíveis
Ao ritmo de árias terríveis,
Enquanto um príncipe excêntrico
Engole espadas e chamas,
Vem divertir o seu povo,
Trava prélios
Com dragões,
Gigantes,
Bruxas,
Anões,
- Criações
Dum mundo novo...


Ai!, a vida!
Maravilhosa historieta!


(E eu sou aquele menino:
Sou poeta...)


Mas em frente,
Do outro lado da arena,
Certa cara mascarada
Foca a cena:
Mascarada de silêncio,
De serenidade e enigma.


Bailados e acrobacias,
Amazonas e corcéis,
Músicas, luzes, e cores,
- Não me parece que existam
Naqueles ouvidos surdos
E naqueles olhos foscos
De lágrimas,
Sangue,
Suores...


Quem é que ali sabe a história
Destes olhos esvaziados,
Dessa testa de sepulcro,
Daqueles lábios selados?


Porque está ali essa máscara,
Sozinha na multidão,
Fechada no seu caixão
De solidão e silêncio?...


E ai, minha mãe e meu pai!,
Todos que me quereis... ai!
Que eu sou também, afinal,
Todo esse frio mortal...!


... Porque eu sou tudo!, - afinal.


E, mais do que bailarino,
Clown, acrobata, menino,
Bêbado ou esfinge, sou
A terra,
O chão que eles pisam,
E o pó que sobe e os envolve...
Moro lá em baixo, enterrado,
Muito lá em baixo!, e calado.
Pairo por cima ondulando,
Ando
No ar
Espalhado...


Ai!, a vida!


Que a vida não tem limites,
E quem vive não tem paz,
Menino, por mais que sonhes!,
Por mais que desejes, bêbado!,
Palhaço, por mais que grites!,
Por mais que vás, acrobata!,
Por mais que vás...!


Ai!, a vida!


... Assim me surge tão bela,
Tão digna de ser vivida,
Sorvida
Até se esgotar,
Que eu sei que é faminto dela
Que me hei-de matar.


José Régio


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Gosto deste longo poema do nosso José Maria dos Reis Pereira. Gosto de o dizer em voz alta, sozinho, sempre esperando que a vizinhança não me tome por doido. São versos com história pessoal, encontrei-os primeiramente no compêndio de Português do 1.º ano do Ciclo Preparatório (há trint'anos, pois...). Mas, afinal, será isto coisa que se ensine às criancinhas? Não é, claro. No manual, o poema (do livro "As Encruzilhadas de Deus", editado pela primeira vez em 1936) estava completamente truncado, não passava muito do palhaço a rir e do acrobata amarelo. Mas quis procurá-lo, anos mais tarde, e descobri uma impressionante parábola da vida. Do poeta, minha, nossa, de todos.

0 comments | segunda-feira, março 19, 2007

0 comments | sábado, março 17, 2007

Ainda bem que acabei por lá não ir. É que nem sequer dá para dizer que a culpa foi do árbitro. Fomos uns anjinhos, os lagartos jogaram melhor e, quando assim é, há que falar de tudo menos de futebol. Deixo-vos, portanto, um apontamento artístico.



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Foto de POS

0 comments | sexta-feira, março 16, 2007




Anthony Quinn ensina Alan Bates a dançar, no filme "Alexis Zorbas" ("Zorba the greek", na versão americana, "Zorba, o grego", cá na terra), de 1964. É impossível não ter vontade de dançar, e disso se fazem os grandes momentos, em que a alegria nos retira o comando de tudo e mostra como poderia ser simples o caminho.

1 comments | quinta-feira, março 15, 2007

Foto de POS
Cantareira, Porto


Este caramelo fez-me lembrar as primeiras campanhas de sensibilização, quando o uso de capacete se tornou obrigatório (sim, sim, lembro-me dessas coisas...). Aparecia um tipo que se partia todo (mas não excessivamente, julgo) e soava, depois, tonitruante, a voz-off: "Ele não usava capacete de protecção!".

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Frank Vincent Zappa morreu em Dezembro de 1993. Viveu a experiência de presidentes como Reagan ou o pai Bush, mas já não pôde experimentar a vergonha de ter na Casa Branca um tipo chamado George Walker Bush. Além de músico genial, Zappa esteve na vanguarda da luta contra a censura, em nome da liberdade de expressão. Da expressão artística, essencialmente, que deve ser livre dos padrões de austera moralidade imposta pelos WASP (white anglo saxon protestants), puritanos, criacionistas, evangélicos e quejandos que dominam muitos círculos de poder norte-americanos. O filme que aqui coloco é bastante longo, mas útil, para quem quiser compreender o tipo de lodaçal moralizador em que os milhões de americanos normaizinhos têm de movimentar-se. Na cruzada que moveu contra a censura, Zappa participou desta edição do programa "Crossfire", da CNN, em 1986. O cromo que se senta à direita do músico é de antologia. Como não terão todos pachorra para ver o filme, retirei uma frase de Zappa (sensivelmente a partir do minuto 10):


"Can I make a statement about national defense? The biggest threat to America today is not communism, it's moving America toward a fascist theocracy, and everything that's happened during the Reagan administration is steering us right down that pipe."

0 comments | quarta-feira, março 14, 2007

Foto de POS
Parque da Cidade, Porto


glomp[1]
6666

0 comments | segunda-feira, março 12, 2007

Foto de POS

0 comments | domingo, março 11, 2007

Mais problemática do que a canalhice vinda de onde não se esperava é, acreditem, a ingenuidade de não ter reparado no que se estava mesmo a ver.

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Foto de POS
Matosinhos, 2006


É lá fora que vive o Sol, não aqui onde um computador abre janelas de faz-de-conta. Hoje, ele mostra-se. O Sol. Mas a vida foi assim organizada, por essa demencial criação, que só nos concede a sabedoria de ver o tempo fluir quando um dia quisermos retardá-lo. Ao tempo. Todos os dias brilha. O Sol. Todos os dias fingimos que não importa e não precisamos dele. Deixamo-lo lá fora, absortos na importância que damos à nossa participação na sociedade (ou na economia, nossa e alheia). Ir lá fora, colher uma flor e sorrir ao céu azul poderia salvar-nos, mas temos de ser gente séria. Um dia, com sorte, teremos tempo de ver o movimento dos dias. Mas isso só acontecerá quando quisermos pará-los.

0 comments | terça-feira, março 06, 2007

1 - Que deram de comer ao Helton?


2 - Quem convenceu o Ricardo Costa de que é jogador de futebol?


3 - A que propósito é que o Jesualdo se lembrou dele?

0 comments | segunda-feira, março 05, 2007

Foto de POS


Enganando a geografia e a meteorologia: risotto de cogumelos (brancos e porcini) com entrecosto e farinheira (pois, esta parte é pouco mediterrânica).

0 comments | sábado, março 03, 2007

Texto que acabei de enviar ao provedor do espectador da RTP:


"Sinteticamente, atendendo à limitação imposta, uso este espaço para manifestar profundo desagrado pela transmissão, pela RTP 1, da gala do Sport Lisboa e Benfica (emissão de 2 de Março).


"Ser adepto de futebol tem uma componente tribal, vários estudiosos o dizem e sabe-lo-á muito bem o prof. Paquete de Oliveira, que resulta na repulsa causada por clubes rivais, mesmo que, como no meu caso, não gere qualquer animosidade pessoal em relação aos adeptos de clubes adversários do meu (tenho grandes amigos benfiquistas e esse aspecto é absolutamente irrelevante na criação de relações pessoais, ainda no que a mim respeita, claro). Porém, senti revolta ao chegar a casa e, na esperança de ver algum programa de qualidade (são sempre remetidos para horário tardio), aperceber-me dessa triste opção dos programadores da RTP, mudando imediatamente de canal.


"Compreendo perfeitamente que o referido clube lisboeta, pela dimensão, pelo historial ou pelo afecto que desperta em larga parcela da sociedade portuguesa, é merecedor de toda a atenção jornalística. Porém, transformar uma comemoração interna dessa agremiação em produto de entretenimento é algo que, na minha opinião, faz tábua rasa do conceito de serviço público, porquanto não é apanágio da RTP transmitir as festarolas dos outros clubes.


"Poderão, decerto, considerar que o Benfica é o clube português com maior número de adeptos, mas essa é uma visão meramente economicista, na medida em que apenas visa obter bons resultados ao nível das audiências (não quero tecer considerações quanto às afinidades clubísticas dos programadores). Porém, tenho por certo que, tal como a mim sucedeu, milhares de pessoas terão ficado indignadas com a glorificação desse clube pelo serviço público de televisão.


"Noticiar, comentar e transmitir jogos é perfeitamente normal, legítimo e desejável. Trasmitir festas de clubes, atendendo às clivagens que o fenómeno futebolístico gera na sociedade, é uma irresponsabilidade.


"Sem mais, apresento os meus melhores cumprimentos.


"Pedro Olavo Simões"


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Nota: como reproduzi a nota que escrevi noutras circunstâncias, prescindi de usar a grafia benfica característica deste blogue.

OPA

0 comments | sexta-feira, março 02, 2007

_ Mas que quer aquilo dizer?


_ E o que é aquilo?


_ Aquilo, ali...


_ Onde, na televisão?


_ Não, ali em cima...


_ Ah, aquilo! Pelo que vejo agora, é catorze mil quinhentos e sessenta e oito, mas amanhã pode chegar aos sessenta e nove.


_ Sim, mas deixas-me na mesma.


_ Como na mesma?


_ A olhar para aquilo.


_ Podes olhar, mas há coisas mais importantes neste mundo...


_ Sim, compreendo o que estás a querer dizer. Estás a falar da opa...


_ Claro, a Opa é do mais importante a que a importância pode aspirar.


_ Mas o que é a opa?


_ Já sabia que ias perguntar isso, mas, deixa que te diga, tinhas obrigação de saber o que é a Opa...


_ Pois, disseram-me que é uma espécie de capa... Mas é certo que essas coisas interessam-me pouco. Com o Porto a ir jogar a Inglaterra e o fim da coluna de cinema do Portas só me apetece festejar, não penso noutras coisas...


_ Não nos estamos a entender. Assim, isto começa a fazer sentido... Falavas da opa, mas o que está em causa é Opa, com maiúscula. Faz toda a diferença...


_ Sim, uma maiúscula é um ó mais largo, mas não me parece assim tão diferente... Não estarás a delirar?


_ Não, não... Sabes que não brinco com estes assuntos. Como disse, já estava à espera que não soubesses o que a Opa é. Como não gosto de ser apanhado na curva, até trouxe uma fotografia.


_ De quê? Duma opa?


_ Não, que diabo!, da Opa. Ora vê.