Cat

0 comments | sexta-feira, março 23, 2007

Estivesse eu dentro das cabeças dos que lêem este blogue, muito saberia. Mas não estou. Há dias, pus aqui um vídeo de Cat Stevens, cantando "Father and son", o que, a um moço da minha idade, pelo menos a mim, proporciona uma alegria muito especial. Seja como for, como isto é de mim para quem lê e não em nome desses que possam ler, aqui o trago novamente. Ainda Cat Stevens, em 1976, cantando "Peace train". Em 1978, já convertido ao Islão, Cat, originalmente chamado Steven Georgiou, passou a dar pelo nome de Yusuf Islam. Em 1979, retirou-se, tendo apenas voltado à cena musical no ano passado. Aqui o trarei de novo, proximamente, com uma nova versão deste tema que faz a apologia da paz. Quando muçulmano recente, a voracidade dos tablóides britânicos pô-lo a desejar a morte de Salman Rushdie, algo totalmente diferente do que ele tinha dito e do que lhe havia sido perguntado, mas esses rótulos são difíceis de apagar. A verdade é que Cat Stevens, ou Steven Georgiou ou Yusuf Islam nunca demonstrou ser outra coisa que não um homem bom, pela música ou fora dela. Consagrado à fé desde que um dia se salvou de morrer afogado, na Califórnia, foi no Islão que encontrou a estação de chegada para o comboio da paz. Aquando dos atentados de 11 de Setembro de 2001, revelando-se "horrorizado", sustentou: "Nenhum seguidor do Islão com a cabeça no sítio poderá ter levado a cabo tal acção: o Alcorão faz equivaler o assassínio de uma pessoa inocente ao assassínio de toda a humanidade". Agnóstico carregado de dúvidas, sou tentado a simpatizar mais com os que vivem realmente a fé, pelo bem, do que com os que, confundindo Islão com islamismo (o Islão político, extremista, fundamentalista e tantas vezes assassino), arvoram sempre pretensa superioridade ética e civilizacional. Mas o que interessa mesmo é ouvir o Cat Stevens.