Estivesse eu dentro das cabeças dos que lêem este blogue, muito saberia. Mas não estou. Há dias, pus aqui um vídeo de Cat Stevens, cantando "Father and son", o que, a um moço da minha idade, pelo menos a mim, proporciona uma alegria muito especial. Seja como for, como isto é de mim para quem lê e não em nome desses que possam ler, aqui o trago novamente. Ainda Cat Stevens, em 1976, cantando "Peace train". Em 1978, já convertido ao Islão, Cat, originalmente chamado Steven Georgiou, passou a dar pelo nome de Yusuf Islam. Em 1979, retirou-se, tendo apenas voltado à cena musical no ano passado. Aqui o trarei de novo, proximamente, com uma nova versão deste tema que faz a apologia da paz. Quando muçulmano recente, a voracidade dos tablóides britânicos pô-lo a desejar a morte de Salman Rushdie, algo totalmente diferente do que ele tinha dito e do que lhe havia sido perguntado, mas esses rótulos são difíceis de apagar. A verdade é que Cat Stevens, ou Steven Georgiou ou Yusuf Islam nunca demonstrou ser outra coisa que não um homem bom, pela música ou fora dela. Consagrado à fé desde que um dia se salvou de morrer afogado, na Califórnia, foi no Islão que encontrou a estação de chegada para o comboio da paz. Aquando dos atentados de 11 de Setembro de 2001, revelando-se "horrorizado", sustentou: "Nenhum seguidor do Islão com a cabeça no sítio poderá ter levado a cabo tal acção: o Alcorão faz equivaler o assassínio de uma pessoa inocente ao assassínio de toda a humanidade". Agnóstico carregado de dúvidas, sou tentado a simpatizar mais com os que vivem realmente a fé, pelo bem, do que com os que, confundindo Islão com islamismo (o Islão político, extremista, fundamentalista e tantas vezes assassino), arvoram sempre pretensa superioridade ética e civilizacional. Mas o que interessa mesmo é ouvir o Cat Stevens.
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