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terça-feira, agosto 31, 2004
Leio no "24Horas" que o Governo vai ocupar, para a sua sede portuense, o palacete da Rua de António Cardoso onde em tempos funcionou a delegação da Secretaria de Estado da Cultura. A vizinhança agradecerá, ou não, ter sido contemplada com a proximidade do nosso jet-set político. De cada vez que os moradores saírem à rua, poderão ser fixados pelas objectivas dos paparazzi e catapultados para a fama. Mas o curioso da notícia é, além da circunstância de o Palácio do Freixo não servir, por os senhores ministros terem de fazer fila para fazer chichi, o facto de ser necessário erguer um muro nos jardins para que o recato governativo não seja perturbado pelos frequentadores da desaproveitada Casa das Artes, que fica nas traseiras. Prefiro pensar que a coisa funciona ao contrário, que a ideia é não ferir o público com a presença de ministros que se lembrem de observar os passarinhos ou catalogar as espécies arbóreas. Perdem os eventos culturais com a ausência do primeiro-ministro, que todos sabemos especialmente sensibilizado para essas coisas.

