A saloiice é sempre um "fait-divers", pelo que esta aberração não me incomoda. Só deixa de ser folclore no eventual momento em que um tribunal dê razão à virginal ofendida. Aí, teremos motivos para sair à rua, bloquear as linhas dos comboios, barricar as estradas.
Diz o Manuel António Pina que blogues não são com ele, pois já produz um, com posts diários na última página do JN. O de hoje tem a ver com o assunto e tomo a liberdade de o reproduzir aqui.
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"A marca registada
"Parece que alguém descobriu que os livros de Margarida Rebelo Pinto são copiados uns dos outros, com páginas inteiras repetidas, e se prepara para, por sua vez, publicar um livro sobre o assunto. Só que a visada e a sua editora interpuseram em tribunal uma providência cautelar para impedir a publicação da obra (João Pedro George, "Couves & Alforrecas. Os Segredos da Escrita de Margarida Rebelo Pinto") pois a revelação do "segredo" seria como revelar, por exemplo, a receita dos pastéis de Belém, e portanto lesiva "dos direitos (...) de propriedade industrial (sic) da escritora", até porque "Margarida Rebelo Pinto" é uma "marca registada" que não pode ser usada sem autorização (o que quer dizer que esta crónica também está à margem da lei...). O equívoco de "Couves & Alforrecas" é que se apresenta como obra de crítica "literária", quando a coisa é do âmbito da Inspecção das Actividades Económicas. Se algum consumidor dos produtos impressos da marca em causa se sentiu defraudado com o autocopianço deveria, em vez de escrever livros, ter-se queixado à DECO, que todos os dias dá conta, sem providências cautelares, da má qualidade de marcas tão ou mais "registadas" que a de Marg... que aquela que não pode ser dita sem autorização..."
Manuel António Pina
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