Promontório da Espalamaca, Horta, Faial
Pus-te no horizonte, onde quer que a vista alcance quando fecho os olhos. Mas tudo escurece se os abro. Foge a maresia, cala-se o embalo das ondas, seca a pele em que senti o salitre de um beijo demorado. De olhos abertos, vejo néon, mecânica, electrónica. Devo cerrá-los para que a vida seja mundo, para que o coração cumpra o que lhe ensinaste, atento às cores, às formas de um sorriso, ao repouso absoluto na palma da tua mão. Pus-te sobre as águas, mas apenas vejo, não posso ir mar adentro. Quieto, pequeno, calado. Sorvendo este viver de ver que me é dado, aprendendo a cada dia, nos olhos onde em ti repouso, que as nossas almas, algures, dançam abraçadas.
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