Sé do Porto, pormenor
Caro Tito,
Mea culpa, mea culpa... já há tempos tinha reparado no teu novíssimo Blog das Ignorãças, mas a preguiça de blogueiro impediu-me de assinalar a mudança de casa, já para não falar do marasmo que regularmente se apossa da coluna de links, ali ao lado. Mas um poema do Jorge de Sousa Braga dedicado à Fonte das Virtudes é, claro, algo que me enche as medidas.
Como convirá, respondo com a minha terra. A foto que abre este post é um pormenor da fachada da Sé do Porto e, naturalmente, é o barco ali esculpido que interessa. Trata-se da representação de uma coca, embarcação típica do Báltico que chegava às águas do Douro, nos primórdios do trato medieval. Várias das características técnicas deste tipo de navio, apto a navegar em águas atlânticas, ao contrário das galés mediterrânicas, estiveram na base das caravelas com que os portugueses abraçaram o mundo.
Também as cocas têm a sua "petite histoire". Numa disciplina sobre economia medieval, no currículo da licenciatura em História pela FLUP, é comum a professora incluir nos exames uma série de perguntas requerendo respostas sintéticas, algumas delas a pedir meras definições. Assim foi o caso, há uns anos, quando se pedia, simplesmente, "defina coca". Ora, houve um bacano qualquer que, desconhecedor da matéria, aproveitou para mostrar algum sentido de humor (imagino eu que não tenha sido mera ignorãça), respondendo: "Substância ilícita que se consome em momentos de lazer".
Nota: este post vai, também, com um abraço ao Domingos, cliente ocasional desta casa, que, mal tem oportunidade, aproveita para dizer que as pedras usadas para construir a catedral portucalense foram extraídas das pedreiras de Mosteirô, Santa Maria da Feira. A terra dele, pois...
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