Há coisas, na televisão, que me fazem ficar especado a olhar para o ecrã. Posso dar o exemplo dos programas de culinária (riam-se à vontade), mas do que quero falar é dos filmes de Sergio Leone, quando aparecem. Há dias, ou há noites, sejamos rigorosos, o meu zapping desaguou num plano dos olhos de James Coburn, enquadrados pela câmara e pela música inconfundível de Ennio Morricone. O filme era “Duck, you sucker”, de 1971, originalmente “Giù la testa”, também conhecido por “A Fistful of Dynamite”, “C'era una volta la rivoluzione" ou “Once Upon a Time... the Revolution”. Não sei se por causa da perfeita complementaridade entre imagem e banda sonora, os “Western Spaghetti” de Leone possuem uma espantosa potência magnética. A verdade é que o italiano filmava de uma maneira única, conseguia roubar aos actores expressões faciais em que cabe toda a acção e toda a tensão. Todo o medo e todo o sangue-frio. Toda a maldade, toda a rudeza. Sem efeitos especiais, sem figurantes aos milhares, sem a necessidade de pôr os pés no wild west. Sou capaz de me surpreender eternamente com o duelo final de “O bom, o mau e o vilão”. Vendo e ouvindo.
1 Comments:
It''s quite impressive.
17:56
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