3 comments | terça-feira, agosto 30, 2005

Quando se fala em 40 mil professores que não foram colocados, não está a falar-se de professores, apenas de gente desnorteada num país desnorteado. Fala-se apenas de gente que precisa de trabalhar e foi encaminhada, pela massificação impensada do ensino, para uma vida com pouca esperança.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Pequenino mas verdadeiro. É claro. Essa história dos 40 mil ou 40 milhões de professores não colocados que todos os anos se repete com as subsequentes manifestações e algumas páginas nos jornais a encher chouriços é um disparate pegado que só se comprende mesmo, como bem o dizes, num país desnorteado a todos os níveis como o nosso.
Sejamos realistas... Alguém que deu um ano de aulas porque o Estado lhe proporcionou um estágio não é um professor no desemprego. Alguém que diz que anda há 30 anos a dar aulas sem nunca ter entrado nos quadros, faz-me pensar com conhecimento de causa: mas essa pessoa alguma vez tentou entrar nos quadros? Alguém que fez uma ou duas substituições ocasionais e não voltou a conseguir colocação não é um professor no desemprego. É estranhíssimo. As escolas já têm todos os profesores de que necessitam. Como é? Vai-se inventar alunos, escolas e lugares? Só se for para, a prazo, passarmos todos a ganhar um terço do muito pouco que já ganhamos e andar toda a gente a dizer que é professor, embora só consiga comer uma refeição de arroz ou batatas cozidas por dia.
Vejamos... Já fiz inquéritos. Serei eu um entrevistador no desemprego? Fui jornalista e muito trabalhei durante cerca de dez anos. Serei eu um jornalista no desemprego? Já tentei vender casas e outras coisas. Serei eu um vendedor no desemprego? Como músico, já toquei umas coisitas aqui e ali. Serei eu um músico no desemprego? Muito ocasionalmente, tenho uns trabalhos de tradução. Mas 90% do tempo, não? Serei eu um tradutor no desemprego? Poderia eventualmente ser considerado escritor, porque já publiquei mais de uma vez. Mas publicar não é fácil e é altamente esporádico. Serei eu um escritor no desemprego? A lista vai longuérrima! Se calhar sou um otário em full-time porque, feitas as contas, talvez devesse andar a exigir que me pagassem seis subsídios de desemprego!
Postas as coisas com um pouco de realismo, será que nunca passou pela cabeça da maioria desses 40 mil que eternizar uma situação sem saída é, no mínimo, bizarrito, e que talvez não fosse mal pensado começarem a pensar que outras carreiras são possíveis?

17:50

 
Blogger POS said...

Bem, ó master-não-sei-das-quantas, esse comentário interminável, adossado ao meu curto post, faz este blogue assemelhar-se a alguns trabalhos académicos, em que a mancha gráfica é quase totalmente coberta por notas de rodapé. Seja, bem vejo que continuas entusiasmado com as descargas de palavreado na blogosfera. Já agora, parabéns pela colocação (e vê se me arranjas uma alternativa decente ao Aladino, para dar ao you know who)... ;)

18:02

 
Anonymous Anónimo said...

É assim. Sabes que sinto esta necessidade fremente de educar, doutrinar, subjugar os fracos humanos às minhas visões para-universais!
Também, não entendo muito bem essa coisa de escrever textitos, como se algum chefe de redacção imbecil nos mandasse escrever apenas 500 caracteres para explicar a teoria da Relatividade, "porque os leitores actuais não têm tempo para ler". Bom, duvido que te leiam o blog enquanto vão de metro ou de autocarro para o trabalho. Daí que escreva o que me apetece. Pelos vistos, leste... e isso significa algo. Não? Sim, eu sei que o Master sabe, Ele tudo sabe, tudo logra, tudo vê!
Quanto ao resto, já tentaste arranjar o Aladino ou não? Acho que deve ser da Disney... Senão, logo se v~e. Mas o que é que tens em mente? Um jogo? Hmmm... Podes sempre usar a tua criatividade... O Master dotou alguns humanos de criatividade e exige a sua utilização!
Muahahahahahah!

18:12

 

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