0 comments | terça-feira, janeiro 23, 2007

Claro que é significativa a circunstância de não haver mulheres entre os "dez mais" da festarola televisiva. Mas não quero reflectir sobre o assunto. Já o fez Beatriz Pacheco Pereira, no debate a que me referi no post anterior, ao acusar os jornais de apenas noticiarem no masculino, o que induzirá os historiadores do porvir em erro, fazendo-os pensar que as mulheres de hoje teriam sido uma nulidade. Ora, isso significaria que os futuros historiadores fizessem uma regressão metodológica sem precedentes, ignorando a crítica das fontes e limitando-se à leitura de periódicos. Significaria, também, que teríamos de ter, hoje, a percepção daquilo que os historiadores de dois mil e cem quererão procurar e que produziríamos documentação em função deles, algo que nunca foi feito desde que o tempo é tempo. Mas também não é isso o mais importante. Sobre as mulheres, os historiadores do futuro terão mil e uma fontes para consultar, além dos jornais. Por exemplo, o livro "O Porto e as suas mulheres", obra de Beatriz Pacheco Pereira em que a própria Beatriz Pacheco Pereira tem direito a páginas de louvor. A bem da posteridade.

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