... apraz-me dizer que a imbecilidade portuguesa não sai do debate. Existe uma regra invisível, pela qual ser de esquerda é ser pró-palestiniano e ser de direita é ser pró-israelita, como se não houvesse judeus de esquerda ou árabes de direita, faça isto o pouco sentido que fizer. A complexidade da situação é de tal ordem, que se torna confrangedor ver, em toda a parte, opiniões meramente panfletárias, elas mesmas factores de divisão. Nós somos bons (ler "somos todos palestinianos" ou "somos todos israelitas", conforme uma ou outra se aplique), os gajos são maus, tudo cosido com intrincadas tramas de aparente intelectualização. Nos dois lados da barricada opinativa, vemos que este é um país à medida do simplex. Porque o difícil é ver as coisas sem essa barreira que distingue bons de maus.
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