Praça de D. João I, Porto (todas as fotos)
Pensei, inicialmente, que o título deste post seria "Sempre", surgindo como continuidade da data, este 25 de Abril que hoje vivemos. Pensei, também, que nada escreveria, esperançoso na eloquência das imagens que viesse a obter, nas comemorações populares de mais um aniversário da Revolução dos Cravos. Mudei de ideias. Não sei porquê, não fotografei sorrisos, e até por lá vi muitos. Mas a sensação que me ficou, porventura errada, é a de que o 25 de Abril surge como uma espécie de festa dos desvalidos, além da partidarização a que estas comemorações sempre parecem ficar reduzidas. Dada a importância do 25 de Abril, para o que hoje somos e queremos ser, na enorme diversidade e incoerência do que queremos ser, seria bonito que todos participassem, e talvez isso diluisse a partidarização que alguns contestam. Mas não é assim. Estava bom tempo, suponho que as esplanadas estivessem concorridas. Tenho a certeza, sem lá ter ido, de que os centros comerciais estiveram a abarrotar. Na rua vi muita gente, mas não toda a gente. Além dos santos populares, que actuam a níveis locais, não há qualquer data que nos mobilize, que represente o desejo de um bem comum. O 25 de Abril, cuja essência nada tem a ver com esquerdas ou direitas, poderia significar essa mobilização, mas só serve para pôr a nu a imobilidade dos que, porque ausentes, preferem estar do outro lado de uma barricada que eles próprios ergueram.
1 Comments:
Infelizmente o 25 de abril vai acabar por ser outro feriado, outro dia, apenas não se trabalha e pode-se ir ao centro comercial cobiçar o novo perfume de fragância "easy".
Nesse dia procurar uma imagem de alegria mas não encontrei(talvez andasse distraído!).Gostei da sua sequência!
12:57
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