Quando tendemos a complicar, e também eu sou dessas graças, há momentos em que nos aventuramos a aflorar a linha da insanidade, sedentos de uma espécie de adrenalina que fere e seduz, corrosiva mas inelutável. A paz existe no momento em que, espreitado o abismo, voltamos a tocar o chão firme da serenidade, a valorizar as pequenas e as grandes coisas pelo que são e pelo que delas desfrutamos. Grande ou pequena, a vida pode mostrar-se abismo, mas também aconchego, e não é o precipício que queremos guardar no coração. "Starstuff" que somos, como disse Carl Sagan, nada melhor podemos do que procurar agir em harmonia com o resto de nós, isto é, tudo o resto. E harmonioso é o círculo da vida, feliz ali, triste acolá, mas maior do que tudo o que sonhamos, ambicionamos, experimentamos, construímos ou destruímos. E alheio, justamente porque maior, às transformações, boas e más, que lhe queremos imprimir.
--------------------------------------------------------------
Este "Circle of life", cena de abertura do filme da Disney "The Lion King", é também, em parte, dedicado à Joana, matemática portuense "exilada" em Londres (apenas a conheço dos blogues) que hoje apresentou ao mundo o descendente Filipe. Reforçando os parabéns e desejando o que sempre se deseja, porque mais não é possível: felicidades.
2 Comments:
Que bonito!
23:10
Obrigada, ja estivemos os dois (eu+Filipe)a ouvir o Circle of Life
:-)
23:44
Enviar um comentário
<< Home