0 comments | terça-feira, novembro 14, 2006

Os dois cromos que hoje estiveram a trabalhar comigo, este e este, andam empenhados na discussão do sexo dos anjos. Mais lhes valeria debater as de pretos e brancos, de dimensões falo (olha, falo... e sem querer), conversa que seria mais adequada à liça onde se movem. É tudo pacífico, entenda-se, mas deu-lhes para andar aqui a teimar se as questões raciais são ou não adequadas para enquadrar determinadas problemáticas, deles mais próximas, de origem angolana ambos são. Eu é que não tenho pachorra para os ouvir, como não tenho pachorra para a evocação universal do racismo, pois como o Paulo diz, mais coisa, menos coisa, é mundo onde não caibo. Um assume-se angolano, o outro também mas não tanto... Já os mandei para lá, para Angola, só para não me azucrinarem o juízo com essa conversa da treta. Esta portugalidade espalhada pelo mundo é complicada, mais nuns sítios do que noutros. Em Caracas, por exemplo, o galo de Barcelos brilha bem alto. Há uma candidata à presidência (mero folclore, claro) cujo nome fala mais alto do que qualquer tratado de cooperação: Venezuela Portuguesa da Silva. Sim, chama-se Venezuela Portuguesa da Silva, porque o pai, emigrante de Aveiro, amava a Venezuela, quis perpetuar na filha a consciência das lusas origens e, azar dos azares, tinha Silva por apelido.