Anda por aí um questionário sobre livros, que recebi do J. Paulo Coutinho. Não costumo responder a estas coisas, porque nunca são verdadeiras. Amanhã, ou mesmo daqui a algumas horas, as respostas seriam outras. Mas cá fica.
Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?
"O Principezinho", de Saint-Exupery, sem explicações complementares.
Já algumas vezes ficaste apanhadinho(a) por uma personagem de ficção?
Apanhadinho, não. Reconstruo-as, imagino-as, acompanho-as e essas coisas todas, mas só ficarei apanhadinho quando me considerar também ficcional, algo a que tento resistir.
Qual o último livro que compraste?
"Gente que dói", de Vítor Pinto Basto. Mais do que um livro de reportagens no País Basco.
Qual o último livro que leste?
"O mestre de esgrima", a única coisa, das disponíveis em Português, que me faltava de Arturo Pérez-Reverte. Um verdadeiro romancista, porque conta histórias extraordinárias, porque sabe contar histórias, porque sabe que, no romance, tudo o resto é complemento da história.
Que livro estás a ler?
Por incrível que possa parecer, estou a ler, de fio a pavio, a "Bibliotheca Lusitana", interminável dicionário de autores feito no século XVIII, por um eclesiástico chamado Diogo Barbosa Machado. Mais dois livros de ensaios de António Borges Coelho, cujos títulos me escapam (não estou em casa), mais "Porquê O Nome da Rosa?", um pequeno ensaio de Umberto Eco sobre o que o título está a dizer, mais uma nova visita a "A Criação do Mundo", de Miguel Torga. E, claro, o livro do Vítor, de que falei atrás.
Que livros (5) levarias para uma ilha deserta?
Levava poesia de Álvaro de Campos, para dizer em voz alta enquanto não me aparecesse pelo caminho um Friday qualquer. E também "Apologie pour l'Histoire ou métier d'historien", de Marc Bloch, um testemunho de que o sofrimento não trava o pensamento, qualquer coisa de Gonzalo Torrente Ballester e a "História do Cerco de Lisboa", um dos mais malquistos romances de José Saramago, mas aquele cuja estrutura narrativa mais me seduz. Falta um: "Como construir, rapidamente e sem ferramentas, uma jangada à prova de tubarões, tempestades, furacões, maremotos, torpedos e afins".
A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?
A ninguém. Quebro sempre estas cadeias que me chegam por mail.
5 Comments:
O Arturo Pérez-Reverte tem bastante mais obra publicada em Portugal. Andas distraído e o nosso ex-camarada de profissão não o merece.
Um abraço atento!
Paulo F. Silva
22:12
Um abraço à tua desatenção:
Caro Paulo, não leste bem o que escrevi [este camarada de profissão não merece :) ].
Assim, sem qualquer ordem além daquela em que me vêm à cabeça, li antes, do nosso ex-camarada de profissão e em edições portuguesas:
- Território Comanche
- A tábua de Flandres
- A pele do tambor
- Clube Dumas
- O cemitério dos barcos sem nome (péssima opção para um livro intitulado "La carta esferica")
- A rainha do Sul
Abraços,
POS
22:29
Por acaso, parece que acabei por dar uma ordem cronológica à coisa... Mas também não os vou hierarquizar pela minha preferência...
22:32
pronto lá vou eu matar a curiosidade das prateleiras da lello (sem pretenciosismos). Gosto e pronto.
um abraço
01:03
Caro Pedro, tens toda a razão. Não li com a atenção devida o que tinhas escrito. Lamento. Para me penitenciar talvez me auto-flagele, em jeito filipino em período pascal...
Um abraço.
Paulo F. Silva
12:30
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