Eu não ia escrever nada sobre isto, para já, mas as buzinas na rua estão a mexer com o meu sistema nervoso.
Portugal PERDEU. Foi incapaz de cumprir o único objectivo possível numa final, foi o primeiro dos últimos, como reza o chavão aplicável a estes casos. O guarda-redes teve 85% (oitenta e cinco por cento) da culpa pelo golo sofrido, e estou a ser benevolente na contabilidade. Vítor Baía, muito provavelmente, teria outra autoridade num canto batido para a pequena área. "Lá está a cegueira portista", pensarão. Não quero saber, nem estou a responsabilizar o Ricardo, que se transformou em herói por causa dos penáltis contra a Inglaterra. Um herói ao estilo mousse de chocolate Alsa, basta juntar água e fica livre de críticas.
A verdade é que o jogo de ontem fez renascer o velho Scolari, talvez o verdadeiro. Nem sei como classificar um treinador que deixa o Pauleta a jogar tanto tempo, com todo o país ciente de que o açoriano apareceu no Euro sem qualquer valia competitiva. Falha quando está em frente à baliza, compromete todas as jogadas quando recebe a bola fora da zona de tiro. Nuno Gomes devia ter sido titular ou, pelo menos, devia ter entrado em jogo muito mais cedo. Mas Scolari está no Olimpo de quase todos os analistas portugueses, que nem se lembram de onde o Olimpo fica...
Claro que a Grécia tem mérito, claro que a Grécia foi superior, porque ganhou, cumprindo na perfeição uma estratégia clara, feia mas eficaz. O Euro foi uma vitória a muitos níveis, a festa que se viveu ao longo da prova é memorável e foi muito bonita. O jogo de ontem, a final, foi patético.
Podem os nossos ter levado o esforço ao limite, o certo é que falharam. Nestas coisas, a culpa é do treinador. É uma culpa muitas vezes inglória. Neste caso, a culpa é, claramente, do treinador. Se Portugal tivesse tido a sorte do seu lado, é evidente que estas coisas não estariam agora a ser ditas, mas nem por isso deixariam de ser verdade. Portugal teve um percurso espectacular, até à final. Na final, falhou. É mau? Podia ser bem pior, e espero que o país - não só o futebol - saiba retirar dividendos deste grande momento. Mas o certo é que a Grécia é campeã. Estar por aí a buzinar não faz grande sentido. Ouvir o Roberto Leal a cantar o hino faz muito menos sentido. Pedro Santana Lopes primeiro-ministro, sem eleições, não faz sentido nenhum.
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