Diz o site mais manhoso de Portugal que "a Câmara do Porto vai apurar responsabilidades no caso da acumulação de lixo na cidade, detectada na última semana". Ora, a acumulação de lixo é um problema tão velho como a cidade, e, se a mudança de mentalidades das pessoas que sujam é um processo moroso, de séculos, compete às autoridades ir tratando, em continuidade, do assunto. Se amanhã tiver tempo, ou seja, se acordar cedo, talvez dê uma volta por sítios que eu cá sei para mostrar como o Porto dominical se mostra aos turistas, que, pelo que tenho visto, são este ano mais do que muitos.
"A Câmara do Porto vai apurar responsabilidades", à boa maneira portuguesa. Num sítio decente, a primeira coisa a fazer seria limpar, e o processo de apuramento de responsabilidades correria em paralelo, sem parangonas mas com eficácia. Mas estamos a falar de um município português, ainda por cima deste Porto despovoado e desmiolado.
Enquanto houver corridas de automóveis e piruetas aeronáuticas, aquela chusma fica contente e não faltam observadores deleitados. Isso de o centro histórico do Porto ainda ser património da Humanidade é coisa despicienda, que a nada obriga. Até ao dia em que os senhores da UNESCO se lembrem de nos tirar da lista. E a verdade é que - fora todo o resto - os monumentos são mais fiáveis na atracção de estrangeiros do que as corridas de calhambeques e os avatares de Dick Dastardly voando sobre o Douro.
Deixo mais um exemplo de incúria, captado num breve passeio matinal que tantos visitantes também fazerm: subi à Sé e desci à Ribeira (Rua das Aldas, Rua da Pena Ventosa, Largo do Colégio, Rua de Sant'Ana, Rua da Bainharia, Rua dos Mercadores...), passando, obviamente, pela igreja de S. Lourenço (estupidamente chamada de "dos Grilos" em placas indicativas), originalmente associada ao colégio dos jesuítas, onde funciona o seminário maior da diocese portucalense. É um monumento importante, as imagens mostram, sem palavras, como está o lado poente do templo.
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