A repetição à saciedade das imagens de encapuzados a pôr uma corda à volta do pescoço de Saddam Hussein, intercalada com os humilhantes planos que se seguiram à captura do ditador, com um americano qualquer a inspeccionar-lhe a dentição, põem as grandes cadeias noticiosas ocidentais (v.g. CNN, Sky News) ao nível da Al-Jazeera, quando transmitia os repugnantes vídeos de execuções sumárias. Toda a gangada irá atrás, naturalmente, ninguém anda aqui para aprender o que quer que seja.
De resto, apenas o que se esperava e o que a reacção de George W. Bush, ele próprio responsável directo por múltiplas execuções no Texas, dá a entender. A invasão ilegítima de um país, baseada em mentiras, o descontrolo total resultante da destruição desse país, um caminho para a "democracia" em que a lei de Talião é aceitável (pouco importa a condenação por princípio da Europa, pouco parece importar a Europa)...
A Guerra Fria também não ensinou nada. Sempre a intervenção das potências em conflitos regionais, válvula de escape para o grande medo do holocausto nuclear, foi saldada por fracassos. O Iraque é mais um falhanço, apenas difere por o comunismo e co capitalismo, enquanto pretextos, terem dado lugar ao terrorismo.
Não houve nem há, no Iraque, falência dos valores ocidentais, porque os valores ocidentais são algo difuso, quando liderados por um país que se furta à jurisdição de tribunais internacionais e continua, em vários estados, a executar pessoas, com base na interpretação primitiva da Bíblia que corre nas veias puritanas.
2 Comments:
Saddam, bem ou mal, foi sentenciado por um tribunal iraquiano. O resto são suposições e subjectividades.
02:19
O nome das pessoas também é uma subjectividade.
22:58
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